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Denúncia

Atendimento aos gritos e com soco em paciente: é a UPA do Jacaré

Mãe relata maus-tratos recebidos por ela e pela filha em crise de ansiedade

Publicado em 21/07/2022 às 17:43
Atualizado em

imagem ilustrativa (Foto: Prefeitura de Cabreúva)

Uma paciente com crise de ansiedade foi atendida aos gritos pela equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Jacaré. Além disso, uma técnica de enfermagem teria dado quatro socos no peito da jovem, na tentativa de acalmar a moça. O caso aconteceu na terça-feira (19), embora só tivesse ganhado vulto nesta quinta-feira, quando chegou às redes sociais e centenas de comentários foram feitos pela população cabreuvana.

A paciente com crise de ansiedade era Scarlet Larissa Xavier dos Santos, de 22 anos. Ela foi à UPA acompanhada pela mãe, Sidner Xavier dos Santos, e por uma irmã. E foram alguns vídeos da mãe, aos prantos, ainda na UPA, que fizeram o assunto começar a chamar a atenção da cidade.

“Estou arrependia de não ter segurado as mãos da enfermeira, hoje a minha filha está com dor no peito”, comentou Sidiner, a Néia, para o Portal da Cidade. Segundo Néia, a confusão começou já na triagem na UPA.

Néia diz que a filha estava com uma crise de ansiedade, se debatia, e ouviu de uma enfermeira o seguinte: “Dá para você ficar quieta? Estou fazendo a triagem, os meus procedimentos.” 

O problema foi o tom de voz da atendente, relata Néia. A filha teve o braço perfurado, já que a prescrição era de um soro. Depois de colocado o acesso no braço de Scarlet, no entanto, a médica teria “resolvido mudar a prescrição, e decidiu que o remédio seria dado por via oral”, segue contando Néia.

“Ela já estava com o braço furado, começou a vazar sangue e, quando viu isso, a Scarlet começou de novo a ter uma crise, se batendo, se contorcendo, rangendo os dentes…”, lembra Néia. Foi quando, segundo a mãe da paciente, aconteceram os socos.

“A enfermeira da triagem chegou lá, perguntou o nome da minha filha e deu quatro socos no peito da Scarlet”, denuncia Néia. Ela própria explica: a ação foi com objetivo de ‘acalmar’ a sua filha mas, para ela, a profissional deveria ter agido de forma diferente. “Ao invés dos socos, deveria ter falado ‘Filha calma, respira pelo nariz e solta o ar devagar pela boca, que assim você respira melhor.”

Mas o nervosismo por parte da atendente prosseguiu, segundo o relato – e a profissional de Saúde teria dito: “Scarlet, respira pelo nariz e solta pela boca, senão vou socar um tubo na sua boca e você vai parar. Ou você você respira  direito pelo nariz e solta pela boca ou vou socar um tubo na sua boca!” 

Scarlet, em conversa com a reportagem, confirma as palavras da mãe.

“Meu peito está doendo até agora. Não sei como é o tratamento para ansiedade, mas ela foi muito grossa”.

Néia foi puxada da enfermaria para o lado de fora por uma funcionária da UPA – e resolveu pegar a filha e saírem da UPA sem o atendimento. Deixaram o local com o acesso ainda no braço da moça.

O Portal da Cidade procurou a secretária municipal de Saúde Cecília Xavier, enviando uma mensagem de whatsApp – visualizada mas não respondida. A reportagem também enviou questionamentos à Prefeitura, para o e-mail institucional da Assessoria de Comunicação – que também não foi respondido.

Um vereador postou em suas redes sociais que também levou o caso à secretária de Saúde. Na postagem, ele pede que “a população não julgue todos os funcionários que trabalham na UPA apenas por este caso”.

O Portal da Cidade segue aberto para receber as manifestações da secretária e/ou da Prefeitura. A matéria será atualizada assim que o Poder Público se manifestar.


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