O dono da empresa de ônibus Transwolff, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, foi preso em um condomínio de luxo em Itu, cidade próxima de Cabreúva, durante a Operação Fim da Linha, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Militar e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A ação visa desarticular uma suposta ligação entre dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e Upbus com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), através de um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes.
Os promotores do Gaeco, após quase cinco anos de investigação, reuniram indícios de que as empresas eram usadas pela facção criminosa para lavar dinheiro do tráfico de drogas e outros delitos.
Desde os anos 1990, há suspeitas de que o crime organizado estava infiltrado no transporte público de São Paulo, quando parte do sistema era operado por perueiros clandestinos.
A transferência da operação das linhas para a iniciativa privada em 2003 não cessou as atividades ilícitas, pois, segundo o MP, os dirigentes das cooperativas montaram uma empresa, a Transwolff, pressionando e ameaçando cooperados, além de se apropriarem de parte de suas remunerações.
A Operação Fim da Linha resultou em quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão contra dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e Upbus, além do sequestro e bloqueio de bens que somam mais de R$ 600 milhões.
A investigação revelou a participação de membros da cúpula da facção criminosa na direção da Upbus, com suspeitas de envolvimento em crimes graves como homicídios, tráfico de drogas, sequestros e roubo a bancos.
A Receita Federal identificou diversos esquemas tributários utilizados para lavagem de dinheiro, incluindo distribuições de lucro desordenadas e sem lastro financeiro, compensações tributárias fraudulentas e compra e venda de bens de luxo em uma complexa rede de holdings e revendedoras de veículos.
A operação, que contou com a participação da Receita Federal, visa desmantelar duas organizações que lavam recursos ilícitos do PCC por meio de empresas de ônibus que atuam no transporte urbano de passageiros em São Paulo.