Em Cabreúva, os planos de saúde coletivos representam uma parcela significativa do mercado, refletindo uma tendência nacional onde cerca de 80% dos planos no Brasil são categorizados como coletivos, seja por adesão ou empresariais.
A diferença nas regras e gestão desses planos em comparação com os individuais e familiares é notável, especialmente em termos de contratos.
Os contratos dos planos coletivos em Cabreúva são estabelecidos diretamente entre as operadoras de saúde e as entidades contratantes, como empresas e sindicatos. Esses contratos podem ser cancelados unilateralmente no aniversário do contrato, com apenas 60 dias de aviso prévio, sem que as operadoras precisem fornecer justificativas. Isso deixa os cabreuvanos numa situação de vulnerabilidade, sujeitos a decisões que muitas vezes estão fora de seu controle.
Os reajustes nas tarifas dos planos coletivos são uma das principais preocupações para os moradores de Cabreúva. Diferente dos planos individuais, que têm reajustes limitados pela ANS, os planos coletivos têm seus ajustes negociados entre as operadoras e as entidades contratantes.
Frequentemente, isso resulta em aumentos substanciais para os usuários, baseados apenas no custo dos serviços médicos utilizados, sem uma intervenção regulatória direta.
Pesquisas indicam que a satisfação com esses planos é baixa entre os cabreuvanos. Uma consulta no site do Procon-SP revelou que apenas 11% dos usuários estão totalmente satisfeitos. Muitos relatam reajustes que variam de 10% a mais de 50%, o que impõe um ônus financeiro significativo para muitas famílias de Cabreúva.
Diante dessa situação, os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, estão reivindicando regulamentações mais protetivas para os consumidores de planos coletivos. A proposta é por um marco regulatório que limite os reajustes e garanta a qualidade e continuidade dos serviços de saúde.
A realidade em Cabreúva ressalta a necessidade de políticas públicas eficazes e de uma colaboração entre reguladores, empresas e consumidores, com o objetivo de garantir que o acesso à saúde de qualidade permaneça um direito básico acessível a todos, sem se tornar uma fonte de estresse financeiro.
