Após pouco mais de um ano, a Justiça determinou que seja realizada a devolução do crânio que estava sob a posse de um passageiro em um ônibus na Rodovia Castello Branco, em Itu, e foi apreendido pela polícia. O homem, boliviano, relatou as autoridades na época, que o crânio era do irmão mais velho e que estava realizando o transporte por razões culturais da família.
A decisão saiu na última sexta-feira (10), quando o juiz Hélio Villaça Furukawa decidiu que a Polícia Civil realizasse a devolução. A advogada Patricia Vega, que representa o passageiro, acompanha os desdobramentos dos autos e será a responsável pela retirada da “cabeça”.
Como foi o caso
Durante uma fiscalização realizada pela Polícia Rodoviária, em um ônibus que saiu de Campo Grande (MS) com destino à cidade de São Paulo, em junho do ano passado, os agentes encontraram o crânio em uma bagagem de mão que pertencia ao passageiro.
Ele foi levado ao 4° Distrito Policial de Itu e contou à polícia que o irmão mais velho morreu na Argentina. O corpo foi cremado, mas o crânio foi guardado por ser um costume da família. O boliviano disse que pretendia levar o crânio para a capital paulista, onde ele reside.
A ossada foi apreendida e passou por perícia. O homem foi autuado pelo crime do artigo 17, da Lei 9434/97, que considera ilegal o transporte ou recolhimento de partes do corpo humano sem saber a procedência. O caso corre na 2ª Vara Criminal de Itu.