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Até que enfim!

Pais torturavam menino de 11 anos em Itu, são presos em MG

Caso ganhou proporções após a vítima relatar o ocorrido a um amigo

Publicado em 07/05/2022 às 11:43

Delegacia de Itu (Foto: internet )

Na noite da última sexta-feira (6), os pais do menino de 11 anos, resgatado na cidade de Itu com sinais de maus-tratos foram presos na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. Agora eles serão trazidos para Itu, mas sem data definida, levando em consideração que a distância entre os dois municípios é de 550 quilômetros.

O pedido de prisão preventiva a eles foi decretado pelo Justiça na última quinta-feira 95), após a Polícia Civil ter pedido a prisão deles na terça-feira (3). O pedido foi qualificado como tortura, lesão corporal e abandono de incapaz.

O caso que parou Itu e toda a Região, desde o dia 2, é marcado pela crueldade cm que a vítima vem sendo tratada ao longo dos anos, de acordo com a pessoa que ouviu os primeiros relatos do menino, disse em entrevista a uma rede de televisão local que a criança fugiu após o pai ameaçar de cortar os dedos da mão do menino.

"[Ele] vinha sofrendo havia muito tempo, não estava aguentando. Nisso, o pai dele falou que ia cortar o dedo da mão dele, estava amolando o facão para cortar porque ele pegou R$ 4. Falei '‘não, é impossível um negócio desse aí'", disse a testemunha.

A vítima relatou a testemunha que o pai a levava para perto da linha do trem da cidade para agredi-la. O garoto disse que apanhava havia cinco anos e que era enforcado com um fio, que foi atingido por um facão e por água de bateria de carro, o que causou uma falha no cabelo dele.

"Fazia uma bola de meia e colocava dentro da boca dele e batia nele com fio, com cabo de enxada. A mãe dele também batia nele", diz.

Em depoimento vazado nas redes sociais, a criança diz o pai o obrigava a mentir sobre os ferimentos.


O Conselho Tutelar foi até o local indicado depois de receber a denúncia para resgatar a criança, que agora está em um abrigo e, em breve, deve ser ouvida pelo delegado responsável pelo caso na presença de um conselheiro.

Negligência?

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer saber se houve negligência no caso, já que, em 2020, o Conselho Tutelar recebeu uma denúncia de maus-tratos contra o menino e, em 2013, a mãe chegou a ser presa por suspeita de matar o filho mais novo, de apenas um ano. Nesta ocasião, o menino resgatado na última segunda-feira também apresentou hematomas pelo corpo.

Histórico

Na semana do dia das mães, a mulher presa por tortura, lesão corporal e abandono de incapaz, contra o próprio filho, de apenas 11 anos, passará a data atrás das grades.

O que mais marca no caso é que ela é reincidente, no ano de 2013, com apenas 18 anos, foi presa em flagrante pelo crime de maus tratos e tortura, na ocasião, o menino, com 2 anos, tinha sinais de agressão hematomas pelo corpo, suspeita de fratura no braço, machucado nos tornozelos e mordidas nas costas, e outro bebê, com menos de um ano de idade, morreu.

Em reportagem publicada pelo Correio Popular, de Campinas, na época, a Guarda Civil Municipal afirmou que: “O irmão mais velho tinha marcas de amarrações na perna e a mãe afirmou que havia amarrado as meias nos pés do bebê com uma corda para que a mesma não caísse”, a delegada que registrou a ocorrência, Márcia Ferreira Cruz relatou que a criança que morreu já havia fraturado as duas pernas aos quatro meses de idade, indícios que levaram à autuação da mãe por tortura.”

A criança de um ano não possuía certidão de nascimento. No boletim de ocorrência, há um registro dos familiares informando que as crianças choravam muito, e que havia a suspeita de que elas eram maltratadas, como também eram abandonadas sozinhas na casa.

Com 23 anos, o pai alegou no registro do boletim de ocorrência que, na mesma manhã, saiu para trabalhar por volta das 6h30 e deixou a companheira e os filhos dormindo. Por volta das 10h, segundo ele, a mãe das crianças enviou uma mensagem pelo celular informando que o filho não estava bem e que iria levá-lo ao hospital. Ele chegou a dizer que tinha conhecimento de que a sua companheira maltratava as crianças, porém, nunca denunciou com medo de perder os filhos.

A mulher passou por atendimento médico, após tomar conhecimento da morte do filho. Após isso ela foi presa em flagrante e encaminhada para a Cadeia Pública de Votorantim (SP).

Na época, o menino, que hoje está com 11 anos, ficou sob cuidados de uma tia, irmã do pai das crianças.

A mãe ficou exatamente um mês presa, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, sendo três dias na antiga Cadeia Pública de Votorantim, de 15 de julho a 17 de julho de 2013, e, depois, foi transferida para a Penitenciária Feminina I de Tremembé (SP), onde ficou no período de 17 de julho a 14 de agosto de 2013.


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